A ARTISTA

Sou francesa nascida no Líbano e cheguei ao Brasil com 12 anos. Caçula de 7 irmãos mais velhos, sou parte de uma família com culturas e tradições bem conservadoras. Casei jovem, fui mãe jovem e sou até hoje uma eterna buscadora.
Em minha vida, procurei sempre aquilo que ia além do que me era apresentado, além do comum; queria sempre mais. Foi através da escultura que pude entrar em contato profundo comigo mesma, o encontro com a tridimensionalidade liberou o fogo que ardia em mim, quanto mais formas eu liberava, mais espaço interno se abria.
Muitas vezes de uma massa uniforme, é possível se moldar a história de uma vida. Por muito tempo, alguma coisa estava presa em mim. Quando percebi que minhas mãos eram o canal de comunicação com a vida, deixei que elas trabalhassem soltas e manipulassem a matéria bruta com o desejo mais íntimo e reprimido que pude captar.
Novembro, 1985.

4ª FASE

Após um longo período de reflexão, sinto como se houvesse algo preso dentro de mim, o sentimento caótico que antes reinava incontrolável ao longo de toda minha vida finalmente sossega e se acalma. Todas as dúvidas, incertezas e inseguranças, antes confusas e indecifráveis, agora tornavam-se nítidas e seguem em direção à resolução plena: a paz interior foi enfim alcançada.
Tenho agora o dever de transmitir essa paz, força e equilíbrio da melhor forma que conheço: através de meu trabalho. Após a resolução plena de minhas questões internas, é chegada a hora de levantar voo e servir de exemplo para tudo o que é externo a mim, é hora de ajudar um mundo envolto em caos, egoísmo e negatividade.
“Entrando na minha quarta fase, me deparo com cores, do nascer do sol até o entardecer: laranja, terracota, amarelo e vermelho. As formas são minimalistas, abstratas e concretas: o nada e o tudo, visível e invisível, sim e não simultaneamente; o amor em todas as suas formas”.
Após atingir a resolução interna completa, olho para fora de meu ser com uma compaixão imensa, pois tenho plena consciência de meu dever perante ao mundo: ajuda-lo a vencer seus conflitos, dificuldades e acima de tudo solucionar o caos externo com o mesmo amor que me levou a superação do caos interno.


3ª FASE

Após as últimas experiências intensas, sentia-me pisando no céu, em direção à tudo que havia de mais branco e puro, uma clareza sem igual. Tudo ali era leve, promissor e cheio de esperança; os milagres eram possíveis e a liberdade era total. Tive a sensação de caminhar em direção a uma era messiânica, repleta de fé e de amor.
Após a gestação da 2ª fase, era finalmente chegada a hora do nascimento: Formas brancas abauladas representam o infinito, a eterna renovação. Algumas se assemelhavam ao ventre materno, o “grande nascer”, símbolo de minha ascensão e de todo o meu amor máximo. Agora após o nascer e a fonte do nascer, no fundo me sinto ‘re nascer’ a cada instante. Onde tudo é branco e transparente, vivo com a apreciação, gratidão de tudo que vivi e que trouxe onde me encontro.

Jayme Kuperman
Idade: 95 anos
Sr. Jayme, uma pessoa com muita sabedoria e sensibilidade, que visitou a exposição da Daisy Nasser na Hebraica, sem nunca ter tido contato com a artista e suas obras.

Crítica de Jayme Kuperman
Sou Chaim (Jayme) Kuperman, nascido em 1915 na cidade cabalística de Tzfat (Safed). Visitei a exposição, e fiquei atarantado, perdi completamente a minha parte física, o coração e a mente se conectaram, dominaram o meu cérebro, perdi a fala, me senti num sonho.
Há poucas semanas foi lido o 1º Capitulo do “Bereshit” (Gênesis) a criação do mundo.
Mas estou vendo uma criação divina aqui na Galeria, será possivel, que a inspiração da Daisy em produzir essa arte, tem semelhança com os primeiros capítulos do Gênesis?
Acordei do sonho, e minha cidade metafisica e cabalística estava presente na minha cabeça.


Fonte do Nascer • Ascensão

Sabemos que estamos vivendo em tempos de grandes transformações
Ascensão é a razão da nossa existência aqui neste planeta
São fases, para nossa evolução e nossa ascensão
Voltas circulares em formas de espirais que buscam sempre mais e mais o nosso aperfeiçoamento e compreensão do nosso universo
Atravessando as nuvens opacas para encontrarmos o sol que está sempre a nossa espera
Aquele que ilumina nossas mentes, amplia nossa perspectiva com compaixão e amor
Transmutando o eu para o NÓS
Afinal, somos todos UM


Parque Buenos Ares Sua obra na Praça Buenos Aires de São Paulo promove um movimento de ecologia profunda integrando ecologia humana a ecologia ambiental, tocando energia prânica.
Joya Eliezer, psiquiatra da USP


2ª FASE

A minha alma me chamava para perto de minha essência, e foi ao longo de anos viajando para Pietrasanta, Itália que esculpi formas abstratas, frutos de meus sentimentos mais profundos. Foi nesse cenário que um grande acontecimento deu origem a 2ª fase do meu trabalho.
Fui diversas vezes à Itália, trabalhar o mármore. Lá visitei o ateliê de Botero e conheci diversos escultores, como Kam Masuda e Helena Blumenfield, que me auxiliaram através de trocas de confidencias e informações a chegar mais perto do meu objetivo. Foi no ano de 1999 que vivi um sentimento inédito a “visualização de uma enorme pedra com milhões de escritas de várias culturas passadas, com números e figuras antigas sobrepostas”, cor de Siena, que senti como se fosse o fundo da alma.
Com esse sentimento tão forte, trabalhei na Europa durante quatro meses ininterruptos, estudando e pesquisando em ateliês de grandes artistas, entrando no mais profundo contato com a minha alma. Pude perceber que se tratava do “Nosso Inconsciente Coletivo”, nada mais que memórias do passado…
Devo confessar que senti minha alma abrir-se e tive emoções jamais vividas. Foi aí que decidi trabalhar muito para eternizar essa vivência, firmando a sensação de responsabilidade desse sublime momento. As formas femininas desaparecem para dar lugar á mulher na sua essência, mulheres em bronze primitivas e grávidas.
Elegi o “OVO” para gravar os movimentos e emoções da minha alma; movimentos de alegria, frustração, espanto, abertura e transformação.

Maio, 2003.
A fase “Passagens e Memórias da Alma” foi algo tão forte em mim que a encarava como uma missão pessoal. Aquilo que vi era parte da essência de todos nós, o inconsciente coletivo da humanidade estava ali e foi passado diretamente a mim; era meu dever dividi-lo com todos. Materializar os símbolos, formas, sentimentos, cores, texturas e tudo o mais que me foi passado nessa experiência transcendental foi um trabalho ao qual me dediquei integralmente por quase 5 anos de minha vida.
Todo esse processo me causou um esgotamento profundo, precisava me afastar por um tempo, precisava de um respiro, pois só assim conseguiria recobrar meus sentidos e voltar a mim mesma. Neste hiato entre fases, deixei as memórias da alma se acalmarem por alguns anos, pois sabia que somente no momento certo minha arte seria capaz de nascer de novo.


Massao Ohno
Editor, artista gráfico e agitador cultural brasileiro
2003

CRÍTICA DE MASSAO OHNO
Obra em constante mutação. Não é necessário explicar nada. O simples contato com suas peças dirá tudo.
Afinal, até a obra do genial Pollock levou tempo para ser entendida e aceita.
Declara Daisy, que agora trabalha a vida, inspirada em visões do inconsciente coletivo de vidas passadas, do seu próprio registro e do que virá futuramente.
Daisy Nasser. Guardem esse Nome. Não costumo falhar em meus prognósticos. Muito tem breve esperamos outras manifestações dessa artista, que com certeza vai ficar para sempre.


David Zumerkorn
Autor do livro - Numerologia Judaica e seus Mistérios
2003

CRÍTICA DE DAVID ZUMERKORN
Como pesquisador, o que nos gera a maior perplexidade é o fato de que Daisy Nasser, mesmo sendo de origem judaica não tenha tido qualquer contato com os caracteres hebraicos, em especial, aqueles utilizados há mais de 2000 anos, e que hoje em dia, o seu conhecimento fica restrito a um pequeno grupo de investigadores das escritas antigas de eruditos. Utiliza-se em sua expressiva obra, caracteres de natureza muito similar. Sem sombra de dúvida, trata-se de algo inusitado.


1ª FASE

Sentia que minha alma clamava por verdades e sinceridades, a busca pela minha própria transparência me fez dar asas as minhas mulheres e vida a primeira fase de meu trabalho como artista.
Mulheres esvoaçantes é o resultado de uma longa caminhada de conflitos internos que afloram numa transparência de alma; as novas formas, que simbolizam um ‘movimento de voo’, são a despedida da minha superficialidade feminina, uma busca por mais espiritualidade.
Após a primeira fase, sentia-me envaidecida e orgulhosa por ter sido capaz de realizar tudo isso, porém, algo me incomodava, meu eu verdadeiro ainda não fora completamente revelado, livre. Pelo contrário: reclamava a sua presença. Sim, era necessário muito mais do que um simples ego feminino e social.


Theon Spanudis
Psicanalista, poeta, colecionador, crítico de arte e mentor dos maiores pintores dos anos 50
1985

CRÍTICA DE THEON SPANUDIS
Nos trabalhos da Daisy, vemos a luta feroz da libertação da mulher que durante milênios foi escravizada pelo homem, tornando-se um mero anexo dele. Os tempos mudam. A mulher descobre os seus direitos de ser humano, descobre a sua ternura, a sua afetividade maternal, o seu direito de amar, o seu papel transcendente na vida humana. Em seus trabalhos vemos não somente o esforço dinâmico de se libertar da matéria opressora, mas também o triunfo da libertação, o jubilo do voo que vai para a transcendência. Como artista sensível, deve ter sentido mais agudamente todos estes problemas e conflitos sociais. Porém as suas expressões escultóricas ultrapassam o nível pessoal e tornam-se documentos comunitários e altamente humanos.
Um belo e significativo resultado do itinerário das almas humanas cativas na materialidade até alcançar a sua libertação completa.
Uma trajetória significativa e empolgante.


Dominique Edouard Baechler
Crítico de Arte, membro da ABCA/AICA
1985

CRÍTICA DO PROF° DOMINIQUE EDOUARD BAECHLER
Repletas de uma paixão violenta contida na plenitude perfeita dos volumes.
Daisy Nasser consegue nos revelar, por intermédio de seus microcosmos escultural, os princípios de crescimento e desenvolvimento de sua trajetória espiritual.


Raymond Rosenberg
Psiquiatra
2008

CRÍTICA DE RAYMOND ROSENBERG
Parabéns a nós que somos brindados com mais obras de sua evolução e obrigada a você por compartilhá-las.
Revelando um insight da indestrutibilidade do ser em seu ato de criação.


Jules R Sauer
Fundador e proprietário da joalheria Amsterdam Sauer
1988

CRÍTICA DE JULES R SAUER
A beleza intrínseca das obras de escultura da Daisy Nasser, que passam de uma leveza feminina a uma pujança extraordinária de grande personalidade.


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